8 de dez. de 2010

O Martírio do Medo

A vida moderna, com todas as suas complexidades, pode também ser considerada como portadora do martírio do medo.
O ser humano, embora aquinhoado pelos valiosos contributos da Ciência e da Tecnologia, conquistando, cada vez, mais espaço e penetrando mais fundo no milagre das micropartículas, ao invés de apresentar um coeficiente superior de harmonia e de felicidade, padece conjunturas impalpáveis no mundo íntimo, que se expressam ou se escamoteiam em formas de medo.

Vive-se, na Terra, a ditadura do medo.

Não somente das barbáries do terrorismo internacional, das guerras monstruosas, das epidemias destruidoras, dos desastres naturais ou de veículos motorizados, mas também, e principalmente, daquele que se deriva de inúmeros conflitos que não têm sido detectados nem resolvidos com segurança.
O medo, no entanto, é um fenômeno normal na vida, quando se está diante do desconhecido ou na expectativa de algum resultado, como fruto da insegurança emocional.
Porque não ama conforme deveria, o indivíduo opta pela fuga, através do medo, aos enfrentamentos que lhe podem oferecer equilíbrio e paz.
Aturdido por conflitos psicológicos, permite-se o medo como atitude preventiva a dissabores ou a incompreensões, aquartelando-se nas suas sombras, sem viver em plenitude, evitando as experiências que podem contribuir em favor da sua auto-realização.
Por conseqüência (sic), foge de todos, mesmo quando loquaz e palrador, aparentemente extrovertido, embora sofrendo a constrição perturbadora da ausência de auto-estima e autovalorização.

O medo inibe as belas florações da amizade e dos ideais superiores da vida, que dão sentido e significado existencial ao ser.

Tem-se medo de amar, acreditando-se na possibilidade da traição ou do abandono, de interesses escusos ou de apenas necessidade de companhia, elegendo-se a solidão ou o acompanhamento de pessoas descartáveis, com as quais não se firmam laços de real afeição. (...)
O amor, no entanto, é o grande antídoto ao medo.
Quando se aprende a amar, naturalmente desabrocha a confiança, e a alegria da convivência faz-se natural, ampliando os sentimentos de lídima afeição, que esbatem as sombras das dúvidas, dos receios injustificados, dos medos que se tornam, muitas vezes, patológicos.

Elegendo-se o medo, a vida perde o sentido, e o indivíduo emurchece pela falta de espontaneidade para viver e realizar-se.

Posterga, nesse caso, as realizações que podem ser-lhe enriquecedoras, sempre sob o estigma do medo do fracasso, como se toda atividade tivesse necessariamente que ser coroada de imediato êxito, nas suas primeiras tentativas de realização. O insucesso é a
experiência que ensina como não mais se tentar o labor dentro do
esquema que deu errado.
Atravessam-se, desse modo, os belos períodos da infância, da
juventude e da idade adulta cultivando-se o medo absurdo, para dar-se
conta de que se perderam os melhores períodos da vida, quando a
velhice assoma e a oportunidade não tem mais retorno.
A eleição do amor expulsa dos espaços emocionais o martírio do medo.

(Joanna de Ângelis: Psicografia de Divaldo Franco)
Este foi o tema proposto  para a redação da Unisul em SC para o vestibular de 2010. Reportagem retirada do site da Fec. Federação Espírita Catarinense.

3 comentários:

Noemi Szcypula disse...

Minha irmã, eu por mim posso te dizer que estou infinitamente cansada de ter medo, popis tenho medo de ter medo, nedo da Ana ter medo, medo de não conseguir deixar de ter medo, Afeee!!!!!!!!!!!!!!!!

Bel Talarico disse...

hehehe caraca! essa eu tb conheço.Eu então estava com medo de dormir, de chegar a noite. Me desculpe mas é tão assustador que ri um montão. Que "diacho" nem existe esta palavra, é isso porque inventaram essa palavra medo. Só por agora não tenho medo e já me basta, vou viver os doze passos um de cada vez. Beijos

Anônimo disse...

http://letras.terra.com.br/nani-azevedo/971905/