O homem só possui plena propriedade daquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece.
Forçado, porém que é a abandonar tudo isso, não tem da suas riquezas a posse real, mas, simplesmente o usufruto.
Que é então que ele possui? Nada do que é do uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura.
Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizados neste país, não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprisionai-vos de tudo de que lá possais servir.
Pascal
Livro:Evangelho segundo o espiritismo cap.XVI, item 9.
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